"Viver feliz, meu irmão Gálio, é o desejo de todos os homens, mas suas mentes estão cegas para uma visão clara do que torna a vida feliz; e, longe de ser fácil alcançar a vida feliz, quanto mais avidamente um homem se esforça para alcançá-la, mais se afasta dela se cometeu um erro no caminho; pois quando o caminho leva na direção oposta, sua própria velocidade aumentará a distância que o separa."
--- Sêneca, Sobre a Vida Feliz.
Seja qual for o termo que usemos para isso, todos concordaremos que queremos ser felizes, a única coisa que desejamos acima de tudo e pela qual fazemos todas as outras coisas. É o nosso fim, a nossa meta, o nosso destino.
O problema, no entanto, é simplesmente este: como posso atingir esse objetivo se não entendo completamente o que é felicidade?
Não posso chegar ao meu destino se nem sei qual é o meu destino, e se não sei para onde estou indo, nunca saberei se estou no caminho certo.
Em nosso mundo de gratificação instantânea, muitos podem dizer que prazer é felicidade. Em nosso mundo de status e posição, muitos podem considerá-lo honrarias. Em nosso mundo de ganância, muitos podem considerá-lo riqueza ou poder. Para o estoico, tais coisas jamais podem ser fins completos. Nossa natureza humana não se define pelo que obtemos do mundo, mas por quão plenamente agimos e vivemos com virtude.
Definir-me pelo prazer, honra ou riqueza fora de mim é uma dependência passiva daquilo que está além do meu controle e repousa apenas em coisas que não eu. Confiar na excelência do meu próprio caráter, no entanto, é inteiramente meu e depende unicamente da minha própria atividade.