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Li em algum lugar que as pessoas são como rios. Estamos em constante movimento, mudando, abrindo novos caminhos, fluindo. No começo, não entendi - como que eu poderia ser como um rio? Mas quanto mais eu pensava nisso, mais sentido fazia.

Você já parou à beira de um rio? Ele não tem pressa, ele não é vagaroso, ele tem um ritmo, ele flui. Não se preocupa para onde vai ou com os obstáculos que lhe são apresentados. Pedras? Ele flui em volta delas. Uma curva no caminho? Ele se adapta e continua se movendo. Não luta para permanecer o mesmo. Ele se deixa fluir.

Mas eis a questão: quantos de nós nos permitimos ser assim? Quantos de nós nos permitimos mudar, crescer e fluir sem culpa ou medo?

Apegamos-nos à ideia sobre quem achamos que deveríamos ser; às expectativas dos outros. A planos que não fazem mais sentido. E quando a vida nos joga uma pedra ou nos faz tomar um rumo que não prevíamos, resistimos, lutamos contra isso, tentamos permanecer exatamente como somos.

Mas talvez não estejamos destinados a permanecer os mesmos, talvez a questão não seja ser uma versão perfeita de nós mesmos, mas sim… aprender, desaprender, seguir em frente… seguir em frente, desaprender, aprender.

O rio não pede desculpas por mudar, por fluir, “ei espere eu costumava fluir diferente, não posso continuar assim”, ele se adapta, confia que para quer que vá, é para onde deve ir.

Então, por que não podemos fazer o mesmo? Por que não conseguimos abrir mão da necessidade de ter tudo resolvido? Por que não nos permitimos abrir mão do que não está mais funcionando - para fluir em uma direção diferente quando a vida nos pede?

Não se trata de desistir, mas sim de confiar que você tem permissão para crescer. Que não há problema em abrir mão de pessoas, sonhos ou versões de si mesmo que não se encaixam mais. Que você não precisa se destruir tentando permanecer o mesmo quando a vida pede que você mude.

A vida não é uma linha reta. Você passará por reviravoltas que não planejou. Enfrentará obstáculos que não esperava. Mas também abrirá novos caminhos, descobrirá novas paisagens.

 triste? Leia Marco Aurélio.

feliz? Leia Marco Aurélio.

inseguro? Leia Marco Aurélio.

bravo? Leia Marco Aurélio.

cheio de medo existencial? Leia Marco Aurélio.

Aqui está um pequeno conselho, que eu gostaria de ter aprendido anterior mente: salve a data.

Coloque a data em nomes de arquivos, coloque-a em tudo: entradas de diário, comida na geladeira, cada documento que você escreve... etc e etc; 

Sempre use um formato de data consistente. seja YYYY-MM-DD (ISO_8601) ou DD-MM-YYYY

A data é a peça fundamental dos metadados, ela ajuda você a classificar as coisas, encontrar as coisas e lembras as coisas. Leva apenas alguns segundos para escrever... pode economizar horas.
Há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou muito duro com ele,
e digo, fica aí dentro,
não vou eixar nenhuma pessoa ver-te.

Há um pássaro azul no meu coração
que quer sair 
mas eu deito whisky em cima dele
e inalo fumo de cigarros
e as prostitutas e os empregador de bar
e os funcionários da mercearia
nunca saberão que ele se encontra lá dentro.

Há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou muito duro com ele,
e digo, fica escondido,
queres arruinar-me?
queres estragar o meu trabalho?
queres arruinar as minhas vendas de livros na Europa?

Há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou demasiado esperto,
só o deixo sair à noite, às vezes,
quando todos estão a dormir.

Digo-lhe, eu sei que estás aí,
por isso não estejas triste.
depois, coloco-o de volta,
mas ele canta um pouco lá dentro,
não o deixe morrer de todo
e dormimos juntos, assim,
com o nosso pacto secreto.
E é bom o suficiente para fazer um homem
chorar,
mas eu não choro,
e tu ?
"Você pode ser o que quiser ser", tem sido um mantar bastante destrutivo por um bom tempo. A verdade simples é que muitos poucos de nós podem "ser que o queremos ser". Não temos o DNA, ou não temos os recursos, ou vivemos no país errado, ou estamos sobrecarregados por outras circunstâncias que tornam imporvável que consigamos ser o que queremos ser.

A desvantagem desse conselho é que, eventualmente, a maioria vai perceber que não pode ser o que quer ser, que o suesso continua a iludi-los, e eles começam a culpar outras forças - o partido político oposto, o sexo oposto, os ricos, os pobres, o isto e o aquilo. A verdade é que o objetivo era irrealista sob quaisquer formas, e nunca iria acontecer.

Então, "depressão", e às vezes doenças mentais resultam aqui, e pessoas ficam esgotadas, e se sentem miseráveis o tempo todo. No entanto, nem tudo está perdido. É uma questão de entender a realidade, do que pode ser, e se ajustar para alcançar o que pode ser.

O maior ajuste para viver uma vida satisfatória é descobrir o que é possível com o que se tem. Insso incluiria as posses atuais, os contatos, as qualificações e habilidades. Também incliria a localização geográfica, uma análiese de forças, fraquezas, oportunidades e ameaças.

Precisamos definir nossas metas (embora eu tennha uma ideia aqui martelando na minha cabeça de que amadores tem metas e profissionais têm processos)... como eu dizia...

Precisamos definir nossas metas para um lugar onde possamos ter satisfação com o que temos, e onde viver nossa pequena vida nos traga a alegria que gostaríamos. Então estamos em um lugar muito bom. Poucas pessoas estão lá. A maioria das pessoas (creio eu) ainda está tentando melhor sua situação.

Minha opinião sobre isso é parar de tentar ultramelhorar algo que será uma luta para a vida toda, e, em vez disso, fazer um balanço do que temos. Então, tornar o temos mais confortável.

Esta é uma mudança de paradigma - temos que deixar de lado o que pensávanos que queríamos, olhar para o que temso e então decidir como podemos ajustar o que temos para que se adapte a nós e nos permita viver confortavelmente.

Nem todo mundo neste mundo é obcecado por dinheiro e status.

Uma vida pequena... significa que temos todas as partes mais essenciais em nossas vidas que nos fazem felizes. É surpreendente que muitas coisas que achamos que precisamos tenham sido colocadas lá pela mídia, por nossos professores e educadores, pelas mídias sociais e pela sociedade em geral.

Quando penso em todo o dinheiro que desperdicei comprando coisas para as quas  não tinham de fato uma real utilidade, quase quero ficar doente. Acho que todos nós fazemos isso em maior ou menor grau em nossas vidas - em diferentes áreas.

Viver com as coisas de que que precisamos - as coisas que nos permitirão realizar o que precisamos realizar, sobreviver, ser realizados.

Os influenciadores tendem a encorajar a pessoas a comprar todo o tipo de coisas que elas não precisam (ou não querem). Pelo menos, elas nunca as quiseram até que lhes disseram que elas deveriam tê-las.

Ás vezes, escolhas precisam ser feitas - elas são forçadas sobre nós pelas circunstâncias. Parece que tudo está perdido, mas nem sempre é assim. 

Todos nós temos uma doença terminal, ela se chama Vida... talvez e só talvez, seja melhor simplesmentes fazer o melhor com o que têm e aproveitar os poucos anos restantes.

Olhar para o que temos, para nos ajustarmos, para sermos felizes vivendo uma vida pequena, focando nas coisas que nos fazem felizes, para de correr atrás das "coisas grandes", para de correr atrás do vento.... sentir o cheiro das rosas à nossa frente.