A vida às vezes pode ser difícil - nós mesmo aprendemos isso rapidamente. Mas o que às vezes sutilmente ou explicitamente, é que a vida parece fluir melhor depois que as partes difíceis passam. Que se você está se sentindo ansioso, precisa resolver a situação antes de poder falar. Que, se você está de luto, precisa esperar até que a tristeza passe antes de poder recomeçar. A regra mental implícita é esta: que você precisa evitar se sentir mal para se sentir bem, e precisa se sentir bem antes de poder fazer bem, ou fazer o bem.
Mas é uma armadilha, na qual caímos porque quase faz sentido. Estamos acostumados a resolver problemas. Tocamos em fogão quente e afastamos a mão. Tratamos doenças e esperamos a recuperação. Mas o mundo dentro da nossa pele segue regras diferentes: quando se trata de pensamentos e sentimentos, tentar eliminar a dor muitas vezes piora.
A mente humana é uma ferramenta incrível, que nos permite imaginar, planejar, avaliar e criar. Mas essa mesma mente também nos diz que não deveríamos sentir o que estamos sentindo. Ela sussurra “Você precisa se livrar disso primeiro. Você precisa se sentir melhor antes de poder seguir em frente”.
Em um processo de #“evitação experiencial”#. Quanto mais começamos a organizar nossas vidas em torno de não sentir certas coisas, mais nos anestesiamos e mais nossas vidas se tornam mais curtas. Decerto também existe um outro processo de #“apego experiencial” baseia-se em uma ligeira modificação, você precisa se apegar a se sentir bem ou se sentirá mal, e precisa se sentir bem antes de agir bem.
A verdade é que, quanto mais buscamos a “felicidade” com apego “senão…”, mais ela se esvai!
Vivemos em um mundo que venera o conforto e o controle. De livros de autoajuda a slogans publicitários, nos dizem que devemos ser felizes, que o desconforto é um fracasso, e que, se nos sentimos mal, devemos estar fazendo algo errado. Então naturalmente, começamos a lutar contra nossa dor. Nós a reprimimos, a anestesiamos, nos distraímos dela - mas isso significa que não podemos aprender com ela. Não podemos deixá-la assumir seu papel natural de transṕortar informações. Com supressão suficiente, podemos até nos tornar idiotas emocionais - sem nem mesmo saber o que sentimos.
Mas observemos que apegar-se a se sentir bem é outra forma similar de processo. Quando tentamos desesperadamente fixar bons sentimentos, eles também perdem valor informativo (em todo ou em parte).
Tendo a acreditar que quantos mais tentamos controlar o mundo interior por meio da evitação e do apego, mais nos desgastamos. A energia gasta em ambas as formas, em vez disso, dever-se-ia ser usada para viver - e, ainda assim ficamos presos em um ciclo, tentando estabelecer os sentimentos “certos” antes de começarmos a agir.
Precisamos de uma capacidade maior de sentir plenamente, de nos mostrar no presente e de fazer o que importa, independentemente dos pensamentos ou emoções que surjam. Dito de outro modo, as emoções ṕrecisam ter permissão para ir e vir, para que possam nos auxiliar na orientação em relação à nossa própria história e às circunstâncias atuais. Elas são mais como luzes no painel do carro.
Há um certo senso de liberdade que surge quando percebemos que não precisamos nos sentir melhores para viver melhor. Essa ansiedade não precisa desaparecer de você falar em público…. e da mesma forma que a felicidade não precisa ser “fixada no lugar”, como uma borboleta com alfinete, espetado nela para mantê-la no quadro de avisos, matando a própria emoção.
A vida pede nossa participação, não nossa perfeição. E seus valores - as coisas com as quais você realmente se importa - não exigem que você espere até se sentir pronto. Eles apenas pedem que você comece e apareça. Então, talvez hoje seja o dia de parar de evitar ou se apegar e começar a viver.